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Autodidata de Famalicão Cria e Exporta Bombas Iónicas de Aquecimento

Uma peça que era utilizada nos submarinos russos foi o ponto de partida para um empresário de Famalicão “inventar” bombas iónicas de aquecimento, isentas de CFC, que encontram no estrangeiro o seu mercado preferencial.

“Um emigrante falou-me nessa peça e eu, num fim de semana, fui expressamente à Suíça para a ver. Logo percebi que era mesmo aquilo que eu precisava para a concretizar a ideia que estava cá dentro a fervilhar. Comprei quatro e comecei a fabricar as bombas iónicas”, contou hoje Afonso Pereira, que se confessa um autodidata.

Criou a Ionizheat, uma fábrica de equipamentos para aquecimento localizada em Esmeriz, que hoje foi visitada pelo presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, no âmbito do roteiro criado pelo autarca para divulgar os exemplos de empreendedorismo no concelho.

Na fábrica de Afonso Pereira, as bombas iónicas, cuja patente está registada são 100% elétricas ou híbridas, neste caso integrando também a componente da energia solar. “Sempre tive uma grande preocupação ecológica”, sublinhou o empresário, um “engenhocas” de 58 anos que passa “horas e horas a fazer contas” e que tem “sempre a matemática à frente”.

Lembrou que as bombas iónicas que fabrica proporcionam uma redução entre 40% a 50% nos gastos energéticos, quando comparadas com outros equipamentos, além de serem “silenciosas”, pelo que podem ser instaladas no interior dos edifícios. A fábrica está preparada para produzir 200 bombas iónicas por dia, mas neste momento estará a operar a menos de 10% da sua capacidade.

Emprega cinco pessoas, um número que pode triplicar caso as encomendas também aumentem. Cerca de 85% da produção é absorvida por clientes estrangeiros, nomeadamente de Suíça, França e Irlanda, mas a empresa está já a espreitar outros mercados, para reforçar o volume de exportações.

Hoje, durante a visita de Paulo Cunha, a fábrica poderá ter conquistado um novo cliente: a Câmara Municipal. O autarca convidou Afonso Pereira para visitar alguns equipamentos públicos, como piscinas e escolas, para aferir da eficácia das bombas iónicas no respetivo aquecimento. “Temos obrigação de reduzir a fatura energética municipal, para dessa forma podermos também diminuir a carga fiscal que onera os nossos concidadãos”, referiu Paulo Cunha.